De chapéu-de-chuva, mesmo que esta não aconteça ou
se anuncie, em horas de grande movimento ou até naquelas que apelidamos de mortas,
não sei porque é que não chamamos vivas às outras, é possível ver uma silhueta
que numa qualquer rua de Leiria vai desenhando os seus contornos. Desfilando
modelos numa passerelle virtual, que esse é agora um mundo bem real, já se
confunde com a nossa paisagem humana, porque as formas plásticas de vestir e as
posturas se diversificaram. Não muito. Assim os homens foram esquecendo o fato cinzento,
o colarinho e as meias brancas, o colete e as mangas-de-alpaca e até em muitos
dias a gravata, que a liberdade sexual acrescentou ao vestuário de algumas
mulheres, ou de algumas mulheres em alguns dias vá lá saber-se porquê. Quanto a
nós homens, também a envergamos, desculpem o termo, como símbolo fálico. Uns
dias em cores deliberadas, outros em que o nó ou o comprimento denunciam alguma
subtileza erótica ou um completo despudor. Numa época em que se esbatem as
diferenças entre os sexos, assumem muito mais as mulheres a proximidade com a
forma de vestir masculina. A nossa revolução é tranquila. Não há movimentos de
massa com a finalidade de queimarmos soutiens. O único homem que se veste com
roupas femininas em Leiria ainda é o Vanessa. Ou será a Vanessa?. Vamos esperar
e ver o que é que isto dá.
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